
agenda
Próximas atividades do grupo de estudos em literatura brasileira contemporânea
X Colóquio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea: para que serve a literatura, afinal?
​
Universidade Sorbonne Nouvelle, 2 a 6 de fevereiro de 2026.
​
Coordenação: Leonardo Tonus (Universidade Sorbonne Nouvelle) e Regina Dalcastagnè (Universidade de Brasília)
​
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (GELBC) e Centre de recherches sur les pays lusophones (CREPAL)
​
Comissão científica: Lucía Tennina (Universidad de Buenos Aires), Lúcia Zolin (Universidade Estadual de Maringá), Luciene Azevedo (Universidade Federal da Bahia), Roberto Vecchi (Universitá di Bologna), Sara Brandellero (Universiteit Leiden), Virgínia Vasconcelos Leal (Universidade de Brasília)
​
Em tempos de desinformação e de elogio ao autoritarismo, de ataque ao conhecimento e às artes, de substituição do engenho humano pela “inteligência artificial”, cabe retomar a pergunta que nunca deixou de incomodar pesquisadores e professores da área: para que serve a literatura, afinal? Recusamos o discurso vulgar, vociferado de forma cada vez mais desinibida por formadores de opinião e lideranças políticas, de que as artes e humanidades são carentes de valor, assim como recusamos a ideia de que este valor só pode ser conferido por mecanismos de mercado. Por outro lado, não é mais possível aceitar a percepção romântica de que a literatura e as outras artes nos tornam melhores, mais sensíveis, mais humanos. Será que seu valor reside exatamente em sua ausência de sentido utilitário, em ser “tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma/e que você não pode vender no mercado”, como escreveu o poeta Manoel de Barros – e assim afirmar a vida humana em si mesma? Ou a literatura, sem que se atribua a ela qualquer propriedade transcendente, permite o acesso a aspectos da experiência de mulheres e homens que, de outra maneira, dificilmente seriam alcançáveis? Este X Colóquio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea, que reunirá especialistas de diferentes países, não pretende alcançar nenhuma resposta fechada, mas lançar a discussão e refletir sobre por que produzir e estudar literatura em um mundo em que tantos desafios parecem mais urgentes.
PROGRAMAÇÃO PROVISÓRIA
​
Mesa de abertura
Mesa 1
Palavras silenciadas: a literatura brasileira em seus embates políticos e estéticos
Regina Dalcastagnè (UnB)
O esgotamento das palavras face às catástrofes
Leonardo Tonus (Université Sorbonne Nouvelle)
Mesa 2
Sentir outro-que-humano: leituras a partir do sensorium multiespécies
Leila Lehnen (Brown University)
Seres vivos, futuro e literatura: o caso das abelhas de Galera e Polesso
Bruno Anselmi Matangrano (École Normale Supérieure de Lyon)
Mesa 3
A literatura não é útil: reflexões sobre narrativa e sonho a partir do pensamento de Ailton Krenak
Marianna Scaramucci (Università degli Studi di Milano)
Essa estrada que vai do nada ao nada
Pedro Mandagará (UnB)
​
Água e sensações sinestésicas na lírica de Ana Martins Marques
Berit Callsen (Universität Osnabrück)
Mesa 4
A literatura como militância social e cultural na obra de Maria Valéria Rezende
Claire Williams (St. Peter’s College)
O tempo em Terra preta: exercícios de prática literária decolonial
Natália Guerellus (MCF Université Jean Moulin Lyon 3)
Um Paradeiro, múltiplas literaturas: para que serve o romance de Luís Bueno
Ana Clara Magalhães de Medeiros (UnB)
Mesa 5
Paisagens no jardim imperfeito: as humanidades, as tecnologias e a literatura
Gabriel Albuquerque (UFAM)
Ainda chove dentro da fantasia: a literatura e o cinema mental
Ricardo Barberena (PUCRS)
Tybyra: performando a resistência queer contra o extrativismo macho
Jeremy Lehnen (Brown University)
Mesa 6
A literatura como candeia que vai à frente
Francisco Topa (Universidade do Porto)
​
Literatura como performance de parentesco
Mariana Simoni (Freie Universität Berlin)
Mesa 7
Do direito à literatura às novas vozes fabuladoras: o campo literário brasileiro nos últimos 30 anos
Graziele Frederico (UnB)
Os modos de ação do fracasso: 4 atos de linguagem recentes no campo literário brasileiro
Paulo César Thomaz (UnB)
Mesa 8
Democracia e imaginação política: o lugar da literatura na era do capitalismo canibal
Rejane Pivetta de Oliveira (UFRGS)
A literatura como sutura? Corpo e violência na poesia de autoras brasileiras
Laeticia Jensen Eble (IFB)
​
A literatura como carta de alforria na escrita performática e na produção cultural de Sérgio Vaz e Rodrigo Ciríaco
Karina Marques (Université Sorbonne Nouvelle)
​
Mesa 9
Da figuração à construção: vozes narrativas e imaginação de comunidades na literatura brasileira atual
Ricardo Gaiotto de Moraes (UFSC)
​
Que pode o drama ainda dizer e fazer? Modos de ser e de estar da dramaturgia brasileira contemporânea
Rodrigo Nascimento (UFBA)
​
Mesa 10
Literatura como antídoto: leitura e escrita em tempos de aceleração e dispersão
Anderson da Mata (UnB)
​
A busca de "um quase ponto-final": caminhos para a leitura literária
Patrícia Nakagome (UnB)
​
No jogo interpretativo da obra: a leitura da literatura contemporânea brasileira em campo expansivo
Keli Pacheco (UEPG)
​
Mesa 11
Tradução como hospitalidade: para que serve atravessar línguas e culturas?
Šárka Grauová (Palacký University Olomouc)
O que vale a literatura brasileira exterior? Recepção de Carolina Maria de Jesus na crítica sobre Françoise Ega
Vinícius Carneiro (Université de Lille/Cecille)
Para que serve a tradução de resenhas literárias? Uma reflexão sobre Clóvis Square
Sophia Beal (University of Minnesota)
FÓRUM DOS ESTUDANTES
Mesa 1
Da utilidade do riso: resistência criativa e provocação estética em crônicas em Elvira Vigna
Leda Cláudia da Silva (Doutoranda UnB)
​
Ler o outro para entender a si: a centralidade da autoficção em tempos de questionamento da literatura
Ana Paula Gonçalves de Oliveira (Doutoranda UnB)
​
Qual o papel das infâncias no projeto da literatura marginal-periférica?
Irene Lopez Batalla (Doutoranda Universidad de Santiago de Compostela)
​
Mesa 2
O direito à literatura é também o direito a produzir literatura?
Mariana Moura (Doutoranda UnB)
Experiência leitora na contemporaneidade: o que pode a literatura diante do controle algorítmico do imaginário?
Larissa Dantas (Doutoranda UnB)
​
Para nós, não existem finais felizes: dramaturgias aberrantes na fabulação de mundos impossíveis.
Juno Nedel (Doutorando Udesc)
​
REUNIÃO PRAÇA CLÓVIS
6 de fevereiro às 14h
Reunião do projeto Mapeamento crítico da literatura brasileira contemporânea - site Praça Clóvis
Realização



