Coordenação
Georg Wink (Universidade de Copenhague)
Regina Dalcastagnè (Universidade de Brasília)
Comissão executiva
Georg Wink (Universidade de Copenhague)
Ana Vera (Universidade de Copenhague)
Allane Pedrotti (Universidade de Copenhague/PUC-Rio)
Comissão científica
Ângela Maria Dias (Universidade Federal Fluminense), Claire Williams (St. Peter’s College, Universidade de Oxford), Florencia Garramuño (Universidade de Buenos Aires), Horst Nitschack (Universidade do Chile), José Henrique Freitas (Universidade Federal da Bahia), José Leonardo Tonus (Universidade Paris-Sorbonne), Leila Lehnen (Universidade do Novo México), Maria del Carmen Villarino Pardo (Universidade de Santiago de Compostela), Rebecca Atencio (Universidade Tulane), Rita Terezinha Schmidt (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Roberto Vecchi (Universidade de Bolonha), Sophia Beal (Universidade de Minnesota), Susanne Klengel (Universidade Livre de Berlim)
A literatura brasileira contemporânea é heterogênea e de difícil delimitação – o que não impede a existência de uma divisão entre a produção considerada “legítima” e aquilo que costuma ser chamado de “subliteratura”. Subsistem, aí, zonas circum-navegadas e terras ignotas. Obras não tradicionais são rotuladas como literatura de massa, pulp fiction, literatura de banca, literatura de celebridades, escrita de blog, literatura erótica, RPG, literatura espírita, quadrinhos, literatura de autoajuda e expressões orais, como o repente, o rap e os saraus, entre outros formatos. Via de regra, ainda não são aceitas, de fato, ou até recusadas pelo campo editorial, pela crítica e pelo próprio leitor, apesar de terem pontualmente chamado a atenção do público e da academia. A discriminação se faz menos com base na própria escrita destas obras, do que a partir da condição social daquele que produz ou que consome determinadas expressões artísticas.
Este VII Colóquio Internacional sobre Literatura Brasileira Contemporânea, focado nos “contrabandos literários e resistências epistêmicas”, pretende abordar algumas destas expressões literárias “desautorizadas” em relação às estratégias de criação, circulação e recepção da literatura, pensando ainda suas várias funções sociais e artísticas. Pretende-se tentar captar tanto fenômenos do campo – ou subcampo – literário brasileiro quanto estratégias no interior das obras consideradas subliterárias.
O colóquio – que reúne pesquisadores de diversas instituições acadêmicas da América Latina, América do Norte e Europa – é resultado dos diálogos já estabelecidos entre estudiosos de literatura brasileira contemporânea de diferentes universidades do Brasil e do exterior e marca a consolidação da cooperação entre essas instituições. As diferentes procedências dos participantes apontam, também, as diferentes perspectivas teóricas e metodológicas que estarão em debate no encontro, que abrangerão desde redefinições teóricas, necessárias para a análise de obras ainda pouco estudadas, até estudos pontuais e pioneiros sobre textos e autores específicos, incluindo ainda interpretações sobre contextos culturais e sociais. Todos os trabalhos trarão como preocupação central o fazer subliterário no Brasil contemporâneo, tendo como recorte cronológico as obras produzidas a partir de 2000.
Programação
DIA 17 DE DEZEMBRO – SEGUNDA-FEIRA
Local: Universidade de Copenhague, Njalsgade 144, 2300 København S, Edifício 27, Sala 9
9h – Recepção dos participantes e abertura do Colóquio
9h30 às 11h – MESA 1
A superfície das coisas: objetos e memória na literatura brasileira contemporânea
Regina Dalcastagnè (Universidade de Brasília)
Do objeto-sujeito ao sujeito-objeto: a representação do refugiado na produção artística contemporânea
Leonardo Tonus (Universidade Paris-Sorbonne)
O Império contra-ataca: representações da experiência de emigrantes brasileiros no exterior
Claire Williams (St. Peter’s College, Universidade de Oxford)
Mediação: Ricardo Barberena
INTERVALO
11h30 às 13h – MESA 2
Cartas à uma brasileira: sobre as palavras de Françoise Ega à Carolina Maria de Jesus
Maria-Clara Machado (Universidade Paris III/Universidade de Brasília) e Vinicius Gonçalves Carneiro (Universidade de Lille)
A cidade não é uma só: a ressignificação da periferia em De passagem mas não a passeio e Estação terminal
Sandra Assunção (Universidade Paris Nanterre)
Autopublicação e contra-hegemonia
Sophia Beal (Universidade de Minnesota)
Mediação: Lúcia Osana Zolin
ALMOÇO
14h às 14h45 – MESA 3
Ficção versus realidade: o não-dito e o não-visto em Branco sai, preto fica
Anderson de Figueiredo Matias (doutorando em Literatura na Universidade de Brasília)
Autoficção e internet: resistindo à tradição
Bruna Santos Pereira (mestranda em Literatura na Universidade de Brasília)
As antologias de textos homoeróticos no Brasil do século XXI: autoridades e discriminações homodissidentes
Daniel Amarelo Montero (graduando na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela)
O Sul de Veronica Stigger, ou sobre a inespecificidade na estética contemporânea
Débora Lucas Duarte (mestranda em Literatura na Universidade de Brasília)
Mediação: Anderson Luís Nunes da Mata
INTERVALO
15h15 às 16h00 – MESA 4
A circulação da literatura brasileira contemporânea na Espanha: o caso da revista 2384
Helena González Doval e Marta Carro Pérez (graduandas na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela)
“I write as if to save somebody’s life”: feminicide and the undeserving subject in contemporary Brazilian literature
Joana Perrone (mestranda em literatura na Universidade de Oxford)
Os anos de chumbo em retrospectiva: figurações da ditadura no romance brasileiro contemporâneo
João Pedro Coleta da Silva (mestrando em Literatura na Universidade de Brasília)
Elvis & Madona: a subversão em múltiplas perspectivas
Pollianna de Fátima Santos Freire (doutoranda em Literatura na Universidade de Brasília)
Mediação: M. Carmen Villarino Pardo
***
18h00 - Recepção (Cortesia da Embaixada do Brasil em Copenhague)
Local: Associação Dinamarquesa de Escritores, Strandgade 6, 1401 København K
19h00 às 21h – MESA DE ESCRITORES
Leitura e conversa com Andrea Nunes e Fábio Fernandes
Mediação: Leonardo Tonus
DIA 18 DE DEZEMBRO – TERÇA-FEIRA
Local: Universidade de Copenhague, Njalsgade 144, 2300 København S, Edifício 27, Sala 9
9h às 10h30 – MESA 5
Fronteiras culturais e linguísticas: sobre o rap guarani
Pedro Mandagará (Universidade de Brasília)
O pós-humano e o transhumanismo na poética do Ciberpajé Edgar Franco
Paulo C. Thomaz (Universidade de Brasília)
Contrabandos de um jumento sedutor
Ricardo Barberena (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)
Mediação: Sandra Assunção
INTERVALO
11h às 12h30 – MESA 6
Resistência(s) e invisibilidade(s) nas dinâmicas dos campos literário e editorial: agenciamento literário no Brasil contemporâneo
M. Carmen Villarino Pardo (Universidade de Santiago de Compostela)
Entre vários campos: a obra de Fábio Moon e Gabriel Bá enquanto HQ e literatura, brasileira e internacional
Marcel Vejmelka (Universidade Johannes Gutenberg, Mainz/Germersheim)
Detetive, leitor e crítico: mistérios no campo literário brasileiro contemporâneo
Patrícia Trindade Nakagome (Universidade de Brasília)
Mediação: Rachel Lima
ALMOÇO
13h30 às 15h00 – MESA 7
Onde estão os leitores?: redes sociais, literatura para jovens LGBT e a sobrevivência da leitura
Anderson Luís Nunes da Mata (Universidade de Brasília)
Um olhar sobre os afetos e as identidades: literatura brasileira contemporânea e homossexualidade feminina
Virgínia Mª Vasconcelos Leal (Universidade de Brasília)
Mulherio das Letras: escrever, resistir, existir
Lúcia Osana Zolin (Universidade Estadual de Maringá)
Mediação: Marianna Scaramucci
INTERVALO
15h30 às 16h30 – Reunião de trabalho
***
20h00 – JANTAR
Local: Restaurante Spiseloppen, Bådsmandsstræde 43, 1407 København K (Território Cidade Livre de Christiania)
VII colóquio internacional sobre literatura brasileira contemporânea:
contrabandos literários, resistências epistêmicas
Brasil-Dinamarca
17 e 18 de dezembro, na Universidade de Copenhague
Organização
Apoio
Embassy of Brazil in Copenhagen