Luciene Azevedo
É professora de Teoria Literária da UFBA, vinculada ao programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura. Atualmente seu interesse de pesquisa está voltado para a investigação das questões históricas e formais relativas ao gênero romance. Tem interesse nos conceitos de performance, autoficção e autoria entendidos como operadores analíticos problematizadores da produção contemporânea e suas produções tematizam o campo literário, a legitimação e profissionalização do escritor e as formas narrativas produzidas no século XXI.
Contato: aaluciene@gmail.com
Projeto de pesquisa
Formas do romance no século XXI
A presente proposta tem como objetivo principal empreender um estudo sobre a forma do romance, considerando, em especial, narrativas contemporâneas que sugerem novas maneiras de fabricar e consumir histórias hoje, remodelando as fronteiras do gênero romanesco. Assim, o projeto pretende investir em um levantamento bibliográfico sobre as formas narrativas contemporâneas e sua ainda incipiente fortuna crítica, para realizar a seleção e análise de um corpus de narrativas que torne possível avançar na compreensão das formas romanescas do presente, tomando como recorte os textos que se inscrevem no hibridismo formal, colocando-se na fronteira do ensaio e do que chamo de uma estética da anotação. Nesse sentido, nosso corpus teórico volta a Lukács para pensar a noção de forma e vale-se da produção final de Roland Barthes, os cursos ministrados no Collège de France, principalmente A Preparação do romance, bem como das reflexões sobre a estética do presente encontradas nos livros de Reinaldo Laddaga, Estética da Emergência e Estética de laboratório, a fim de investigar “Quais são as formas, as formações de formas que a arte [contemporânea] faz surgir?”, como se pergunta o filósofo Jean-Luc Nancy.
Nossa hipótese é que encontramos na última década do século XX e nas duas primeiras do século XXI, formas narrativas, chanceladas pelo gênero romance, que flertam com o ensaio, com a prática da anotação e com a autoficção, e que essas obras excedem a forma do próprio romance, oferecendo-nos “formações de formas” que parecem descartar a própria literatura como fonte da produção literária, ou ao menos aquilo que nos acostumamos a reconhecer como literatura moderna.
Textos
O Romance e a anotação
Autoficção e Literatura contemporânea
Estratégias para enfrentar o presente: a perfomance, o segredo e a memória (Tese, UERJ, 2004)